A violência no Brasil
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Forças Armadas, polícias, milícias, (des)armamento;
Faltam 109 dias para 02/10. Até agora caminhamos por elegermos compromissos relacionados a não aceitar notícias falsas e/ou interpretações desleais; à defesa incondicional da democracia; à consciência do alinhamento ideológico nossos e dos outros; ao desafio da superação da corrupção sistêmica, à necessidade de alinhamento aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU. Hoje começamos o tema forças armadas, polícias, milícias, (des)armamento.
Para iniciar essa reflexão, vou lançar mão de cinco dualidades: violência-paz, agressão-proteção, ameaça-segurança, medo-confiança e caos-ordem. Nós sabemos que nenhum desses extremos é perverso ou virtuoso em si. Enquanto contexto social penso que a virtude está na busca da paz, da proteção social, da segurança individual e coletiva, da confiança interpessoal e na ordem pública.
Foi prometendo exatamente essa condição de promover o bem comum que Estado Moderno avocou e obteve, a partir do final da Idade Média, o monopólio do poder da violência física. Assim, podemos dizer que o uso do poder de polícia, ainda que utilize o polo da violência, da ameaça, da agressão e do medo, somente será legítimo se estiver defendendo o polo das virtudes do bem comum.
E como estamos no Brasil nesse ponto? Muito mal. Segundo o IPEA, em 2019, o Brasil apresentou uma média de 21,7 homicídios por 100 mil habitantes, quando a média mundial é de cerca de 6, ou seja, quase 4 vezes maior. E na América do Sul, só ficamos atrás da Venezuela. Somos uma sociedade onde impera o medo. Portanto, não é de estranhar que a confiança interpessoal esteja em queda no país, e isso vem acontecendo desde 1990. Algo tem nos escapado durante todos esses anos de redemocratização.
Monitoramentos e pesquisas internacionais mostram que os brasileiros são no mundo os que mais temem crimes violentos (83%). No ranking da paz (Global Peace Index), o Brasil ocupa a posição de número 128 em163 país. Certamente esse não é o país que sonhamos. O que fazer? Vamos pensar?
Precisamos discutir esse assunto, identificar o que forças armadas e as forças policiais têm a ver com isso e descobrir boas referências para nos posicionarmos sobre as possibilidades de intervenção e superação do problema.